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Diálogos com Dra. Vanessa Teixeira Müller: Depressão Tratamento

Dra. Vanessa, nos últimos dez anos a depressão aumentou cerca de 20%, ou seja, quase 330 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com esse transtorno e pouco se sabe sobre tratamentos atuais. Para quem tem ou suspeita ter a doença, quais são as orientações e tratamentos mais eficazes?

Hoje em dia, o tratamento da depressão mostra diversas opções que permitem uma flexibilidade ao médico adequar e especificar cada vez mais o tratamento para cada paciente. Porém, todas as medidas tomadas devem ser realizadas com o paciente e não para o paciente. Um bom tratamento disponibiliza ao paciente o conhecimento sobre a depressão e suas respectivas opções terapêuticas.

O tratamento de depressão é feito apenas com medicamentos ou existem outras opções?

A prescrição do tratamento depende do caso. Qualquer tratamento antidepressivo deve ser realizado de maneira globalizada. O paciente precisa ser considerado como um ser humano com dimensões biológicas, psicológicas e sociais. Por isso, o melhor tratamento é aquele que integra sugestões que melhoram essas três dimensões. Modicar o estilo de vida, por exemplo, precisam objetivar a melhora da qualidade de vida. Os medicamentos antidepressivos produzem melhora em cerca de 70% dos pacientes. E desses 70%, pode ocorrer uma perda da eficácia durante o tratamento de manutenção em uma taxa de cerca de 20%. As razões podem incluir falta de adesão, perda da resposta placebo inicial, acumulação de metabólicos, perda do efeito do medicamento, tolerância farmacológica, mudança na patologia do transtorno, entre outras. Nesses casos, uma boa medida é utilizar estimulações diretas no Sistema Nervoso Central, como a estimulação magnética transcraniana (EMT).

Dra. quando podemos utilizar a EMT no tratamento contra depressão e qual o melhor medicamento antidepressivo?

Na verdade, não existe um “melhor antidepressivo”, essa escolha é baseada na especificidade do paciente. Todos os tipos de antidepressivos no mercado mostram eficácia no tratamento, mas a escolha é sempre baseada em características da doença, possíveis efeitos colaterais, se existem outros transtornos associados, risco de suicídio, tolerância ao medicamento, entre outros. Atualmente, para casos não responsivos, o uso de testes farmacogenéticos é o mais indicado para prescrição e a utilização da EMT.

Para pacientes que mostram quadros de depressão, especialmente, aqueles que não respondem às terapias convencionais com medicamentos, a EMT, técnica aprovada em 2012 pelo Conselho Federal de Medicina como prática médica no Brasil, pode ser utilizada com grande eficácia. A vantagem da EMT é o fato de ser um tratamento não invasivo e indolor. Essa técnica permite explorar, ativar ou inibir funções cerebrais de maneira segura, utilizando estímulos elétricos e magnéticos inibitórios ou excitatórios, modificando a função cerebral. A eficácia da EMT, assim como de qualquer tratamento contra depressão é medida pela redução ou pelo desaparecimento dos sintomas da doença. De acordo com os resultados, pode ser também possível reduzir ou até mesmo suspender os medicamentos antidepressivos, para quem os utiliza.

Como é realizado o tratamento com EMT?

Nesse tipo de tratamento, assim como outros, é necessário conduzir um diagnóstico preciso para então iniciar as sessões de EMT. Com o uso de uma bobina que emite pulsos magnéticos sobre o couro cabeludo em regiões específicas do cérebro é possível estimular e criar um campo magnético em regiões específicas do cérebro, sem dor ou incomodo.

A maior parte dos pacientes com depressão mostra melhora com cerca de 20 sessões, com tempo médio de manutenção desse tratamento entre 6 e 18 meses. Porém, o tempo de duração de cada sessão é de cerca de 30 minutos, mas isso pode variar, assim como a quantidade de sessões para o tratamento. A literatura sugere no mínimo 3 sessões por semana para que ocorra melhora da depressão, mas isso também varia de caso para caso, pois existem pacientes que fazem tratamentos combinados.

Então o tratamento com EMT pode ser combinado com o uso de medicamentos ou outras terapias?

Sim, o paciente pode utilizar medicamento durante o tratamento com EMT, assim como realizar terapia psicológica ou outras que estejam no plano de intervenção. Na medida em que se observa melhora, sugere-se que haja redução dos medicamentos, dependendo do caso.

Quando a EMT não pode ser realizada, quais os efeitos colaterais?

 A EMT não é indicada para pessoas com estimuladores cerebrais implantados, fragmentos de bala, clips de aneurisma cerebral, prótese auditiva ou qualquer item que tenha metal na região da cabeça. Alguns casos raros de síncope e convulsões induzidas, mas muito raros, sendo que o efeito colateral da EMT mais comum é a cefaleia (dor de cabeça) que pode ocorrer em um curto período após a sessão, mas que pode ser reduzida com o uso de analgésicos próprios para isso.

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