Antidepressivos: o que você precisa saber sobre eles? 

A prescrição exagerada de antidepressivos pode trazer sérios prejuízos à saúde dos pacientes

Ainda que você não saiba muito sobre antidepressivos, com certeza já ouviu falar das altas taxas de consumo desses medicamentos em todo o mundo. E não à toa. Só no Brasil, no último ano, o uso de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu 11,6%, de acordo com dados da IMS Health, empresa que monitora a venda de remédios nos país. Por si só, os números já chamam atenção. Mas se comparados à estimativa de que 30% dos pacientes são medicados desnecessariamente, sem o diagnóstico de depressão, trazem ainda um grave alerta à saúde pública.

Pessoas deprimidas tendem a ter baixos níveis de serotonina, um neurotransmissor ligado às sensações de prazer e bem estar no organismo. Em quantidade insuficiente, ele prejudica a comunicação neuronal, causando desequilíbrios nas emoções. Os antidepressivos agem, então, nessa região de comunicação entre os neurônios – chamada de fenda sináptica –, aumentando o tempo e a concentração em que a substância permanece ali.

No entanto, mesmo regulando os níveis de serotonina no organismo, muitos pacientes não apresentam melhoras no quadro de depressão. Assim, o problema não deve ser tratado como um mero desbalanço químico, o qual os medicamentos deveriam corrigir. Estudos recentes alertam, inclusive, que o índice de resposta aos antidepressivos em pacientes com casos leves de depressão é pouco superior ao uso dos placebos em testes clínicos.

Por isso, é importante ressaltar que um diagnóstico impreciso, que confunde sintomas de tristeza e angústia com a própria doença, pode levar a um tratamento inadequado, com riscos de complicações sérias pelo uso dispensável e a prescrição exagerada desses medicamentos.

Uso dos antidepressivos pelos jovens

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de doença e inaptidão entre crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos. Os sintomas diferem daqueles observados nos adultos e incluem, sobretudo, irritabilidade, comportamento agressivo e desmotivação com os estudos.

Nessa direção, a prescrição de antidepressivos nessa faixa etária vem aumentando, com cada vez mais crianças recebendo remédios recomendados para maiores de 18 anos. A prática vai de encontro à orientação da maioria dos especialistas, que reserva esses medicamentos somente para os casos mais graves de depressão, e somente quando há ausência de sucesso em outros tipos de terapia, como a cognitiva comportamental.

E o resguardo e a preocupação são relevantes. Além de pesquisas mostrarem que a maioria dos antidepressivos é ineficaz em crianças e adolescentes, o medicamento pode, ainda, trazer efeitos colaterais graves, como comportamentos de risco e pensamentos suicidas. São também drogas que por, muitas vezes, não foram testadas em jovens, tendo comprovações científicas somente em adultos. Por isso, seus efeitos continuam no campo do desconhecido.

Tratamentos alternativos aos antidepressivos

Os obstáculos em relação ao controle da depressão ainda são muitos, e envolvem principalmente a dificuldade de obter um diagnóstico preciso, além das limitações para melhorar a resposta de cada paciente aos antidepressivos. Estima-se que apenas 20% dos indivíduos melhorem com a primeira opção de medicamento indicada, além de ser comum apresentarem efeitos colaterais, como vertigem, náusea, insônia, disfunção, alterações de humor, peso e libido.

Nesse sentido, a neurociência já deu um passo importante. Ao buscar novas formas de intervenção que ajudassem no alívio dos sintomas da depressão, encontrou na técnica de estimulação magnética transcraniana (EMT) uma alternativa terapêutica com resultados bastante positivos.

Saiba como a estimulação magnética alivia os sintomas da depressão 

A depressão é uma doença multifatorial. Ou seja, é resultado de complexas interações entre fatores genéticos e ambientais, que podem ocasionar alterações na conectividade cerebral de determinadas áreas, além de provocar desequilíbrios na produção de neurotransmissores importantes, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

Ao ativar essas regiões por meio da variação de um campo magnético, a estimulação magnética modifica e equilibra a atividade cerebral, desenvolvendo a plasticidade neuronal – ou seja, a capacidade do cérebro em desenvolver novas conexões entre os neurônios – e promovendo um aumento na produção dos neurotransmissores. Como consequência, há uma melhora importante nos sintomas da doença, assim como na qualidade de vida e independência do paciente.

No Brasil, a técnica é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de depressão e esquizofrenia desde 2012. Além disso, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos e psiquiátricos já vem sendo apontada em diversos artigos e pesquisas.

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Este post tem 2 comentários

  1. Belatriquice de Figueiredo

    Gostaria de saber onde se localiza a VTM Neurodiagnóstico e como é feito o atendimento. Marca-se a consulta e , depois,se necessário, o procedimento? Qual o valor da consulta? E o procedimento?

    1. VTM

      Olá Belatriquice. Tudo bem?
      Enviamos um email solicitando seu telefone para entrarmos em contato.

      Até breve.
      Abraços,
      Equipe VTM.

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