Tabagismo: como a estimulação magnética ajuda no alívio dos sintomas

O tabagismo aumenta as chances de infarto, AVC e das lesões cerebrais

Que o cigarro é extremamente prejudicial à saúde todo mundo já sabe. Mas o que muita gente desconhece é que os seus danos causam impacto não só aos pulmões, mas também a todo o corpo. Importante fator de risco no comprometimento vascular, o tabagismo aumenta as chances do infarto e do AVC, além das lesões cerebrais, que podem progredir gradualmente para um quadro de demência.

A dependência ao cigarro é essencialmente criada por uma substância específica, a nicotina. Logo após a inalação da fumaça, em poucos segundos ela chega ao pulmão e, dele, atinge o sistema circulatório e o cérebro. Lá, se liga a determinados receptores que irão estimular a liberação de grandes quantidades de dopamina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e bem estar no organismo.

Assim, toda vez que o fumante estiver passando por uma situação difícil ou estressante, o cérebro irá recuperar aquela sensação de prazer e pedir mais. Mesmo que a solução seja provisória e alivie a ansiedade e angústia só por um momento, a dependência já passa a caracterizar aquele comportamento como uma forma de compensação para qualquer sentimento ruim.

Conheça os tratamentos alternativos no combate ao tabagismo

Embora existam tratamentos eficientes com medicamentos para controle do tabagismo, somente 6% dos fumantes interessados em largar o vício têm sucesso na empreitada. Nesse sentido, a neurociência já deu um passo importante. Ao buscar novas formas de intervenção que ajudassem no alívio nos sintomas da dependência, encontrou na técnica de estimulação magnética transcraniana (EMT) uma alternativa terapêutica com resultados bastante positivos.

De acordo com um estudo publicado pela American Academy of Addiction Psychiatry, com o uso de estímulos elétricos é possível ativar regiões cerebrais ligadas ao desejo por substâncias tóxicas – como a nicotina, por exemplo – e promover um aumento da atividade neuronal, estimulando o cérebro a dominar a compulsão.

A estimulação magnética torna-se, então, um complemento eficaz no combate ao tabagismo, trazendo melhoras importantes na vida dos pacientes, que sentem menos desejo de consumir a droga, além de sofrerem menos recaídas durante o processo de abstinência.

Indicações e contraindicações da EMT

– É um método indolor e não invasivo, que pode ser realizado no próprio consultório médico, sem necessidade de anestesia ou internação.

– É reservada para casos em que a medicação não surte efeito ou que o uso dos medicamentos provoca grande efeito colateral.

– Quase ausência de efeitos colaterais. Extremamente segura, não traz danos ou toxicidade aos órgãos, como medicamentos podem causar.

– Pessoas com dispositivos eletrônicos ou metálicos na cabeça, principalmente implante coclear, não devem fazer as sessões. O campo magnético pode de alguma forma interferir no funcionamento do aparelho.

– No Brasil, a técnica é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de depressão e esquizofrenia desde 2012. No entanto, sua utilidade terapêutica para outros transtornos neuropsiquiátricos já vem sendo apontada em diversos estudos.

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