Transtorno de acumulação compulsiva

O transtorno de acumulação compulsiva ficou famoso por um reality show bastante popular que trata sobre acumuladores, ou seja, o transtorno que provoca o desejo de acumular animais, alimentos e objetos – até mesmo aqueles encontrados no lixo. Nesse momento você pode estar se perguntado se é um acumulador por ser bagunceiro ou por ter muitos sapatos ou calças antigas no armário. Porém, as pessoas com esse transtorno acumulam itens ao passo de comprometer a própria saúde, higiene e bem-estar. Em pesquisa na Archives of General Psychiatry, resultados de experimentos com acumuladores demonstraram que pessoas que sofrem desse transtorno demoram mais para tomar decisões, assim como a ressonância magnética apresenta diferenças no próprio cérebro – no córtex cingulado anterior, relacionado com equívocos em condições específicas, quanto na ínsula anterior, associada com decisões emocionais, avaliação de fator de risco e importância dos estímulos recebidos.  

Por sua vez, esse trastorno está associado com pessoas que sofrem de ansiedade e alguns reconhecem o acúmulo dentro de casa. Porém, são incapazes de reduzir a quantidade acumulada, sentem vergonha e se isolam, na medida que outras pessoas também podem não ser capazes de morar nas mesmas condições que o acumulador. Os casos mais frequentes ocorrem com idosos e os familiares comentam sobre o prejuízo funcional com o passar do aumento do acúmulo de objetos ao ponto de ocupar o quarto inteiro – isso faz o acumulador ter que dormir em outro cômodo da casa por falta de espaço no próprio quarto. Geralmente, os pacientes acumuladores compulsivos são indivíduos que se tornam isolados por terem vergonha da sua situação e do aspecto de sua casa. Pode haver prejuízo familiar, já que outras pessoas que vivem com quem tem o transtorno não sejam capazes de morar nas mesmas condições. Assim, os acumuladores têm maiores chances de desenvolver outras comorbidades, como a depressão, mais ansiedade ou até mesmo infecções pela quantidade de lixo e sujeira.

Mas como detectar o transtorno da acumulação compulsiva?

Os sinais mais frequentes são: pegar objetos, sucatas ou utensílios descartados; falta de capacidade organizacional e de utilização das finalidades de cada cômodo da casa, acúmulo de objetos sem valores e, especialmente, acúmulo de pilhas de jornais e revistas.

Como tratar do transtorno da acumulação compulsiva?

Dificilmente um acumulador compulsivo reconhece o próprio comportamento como patológico – essa negação é gerada pelo pensamento de que “determinado objeto pode ser útil algum dia” – isso faz parte do sintoma da doença. Quando familiares detectam o problema, tentam auxiliar erroneamente com a remoção de objetos de maneira forçosa – Cuidado! Isso pode aumentar sintomas associados com a patologia, como a ansiedade e até mesmo gera ataques de pânico e eventos agressivos. A ação mais correta no caso, é consultar um neurologista ou um psiquiatra para diagnóstico da doença e de comorbidades e, dessa maneira, realizar as melhores orientações para o caso. Além de medicamentos, terapias não invasivas podem auxiliar na redução do transtorno da acumulação compulsiva, por exemplo, o uso da estimulação magnética transcraniana apresenta diferença significativa com sessões de 30 minutos.

A estimulação magnética transcraniana é uma técnica de neuroestimulação não invasiva que recebe atenção crescente no tratamento de diferentes transtornos psiquiátricos. Evidências de uso da estimulação no transtorno da acumulação estão aumentando com o passar do tempo e informando novos desenvolvimentos no campo da neuroestimulação, sendo a mais recente a estimulação magnética transcraniana profunda. Esse método permite a estimulação direta de estruturas subcorticais mais profundas e maior volume cerebral do que a estimulação convencional para os casos de acumulação compulsiva o que aumenta a eficácia do tratamento reduzindo a intensidade do transtorno. Ficou interessado? Entre em contato!

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