Entenda como a estimulação magnética ajuda no tratamento da epilepsia

Assim como muita gente, talvez você também associe a epilepsia a uma cena de convulsão, em que a pessoa inconsciente se debate no chão com tremores generalizados. Pois saiba que não é bem assim. Existem vários tipos de crises epilépticas, e algumas podem até passar despercebidas por quem não conhece os sinais do problema. Ainda assim, todas são causadas pela mesma condição: uma descarga elétrica excessiva entre os neurônios, que pode acometer todo o cérebro ou apenas uma região, interrompendo temporariamente o seu funcionamento.

Por exemplo, se a região cerebral atingida for a motora, podem ocorrer sintomas como tremores nos braços ou nas pernas. Se atingir a área visual, é comum haver alucinações. Já se todo o cérebro for afetado, tem-se uma crise generalizada. Esses são os popularmente chamados ataques epilépticos ou convulsões: o indivíduo perde a consciência, os músculos ficam enrijecidos e os tremores se espalham por todo o corpo.

Não há cura, mas existe tratamento

No mundo, cerca de 50 milhões de pessoas sofrem com a epilepsia, transtorno que ainda não tem uma origem definida. Porém, sabe-se que 50% dos casos têm início na infância e na adolescência. Com o diagnóstico correto, a primeira informação que se recebe é de que o problema não tem cura. No entanto, com o tratamento adequado, os pacientes podem e devem levar uma rotina normal, sem limitações à qualidade de vida.

Ainda assim, embora existam avanços importantes no tratamento com medicamentos, cerca de 30% dos pacientes com epilepsia não respondem a eles. Nesse sentido, uma nova intervenção surge como um complemento eficaz no alívio dos sintomas da doença: a estimulação magnética transcraniana (EMT). Além de trazer menos efeitos colaterais, estudos recentes mostram que a técnica tem resultados positivos, com boa melhora na incidência das crises epilépticas. O método é também seguro, o que é fundamental na busca por novas alternativas médicas.

Conheça a estimulação magnética transcraniana

Por meio da variação de um campo magnético, a estimulação magnética inibe as regiões do cérebro associadas aos episódios epilépticos. Ao modificar e equilibrar essas áreas, a técnica promove uma diminuição da atividade neuronal, organizando as atividades cerebrais e ajudando a reduzir a frequência das crises. Além disso, pode ajudar na melhora dos sintomas da depressão, doença comum aos pacientes que sofrem com epilepsia.

No Brasil, a estimulação magnética é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de depressão e esquizofrenia desde 2012. Além disso, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos, como a epilepsia, já vem sendo apontada em diversos artigos e pesquisas.

Indicações e contraindicações da EMT

– É um método indolor e não invasivo, que pode ser realizado no próprio consultório médico, sem necessidade de anestesia ou internação.

– É reservada para casos em que a medicação não surte efeito ou que o uso dos medicamentos provoca grande efeito colateral.

– Quase ausência de efeitos colaterais. Extremamente segura, não traz danos ou toxicidade aos órgãos, como medicamentos podem causar.

– Pessoas com dispositivos eletrônicos ou metálicos na cabeça, principalmente implante coclear, não devem fazer as sessões. O campo magnético pode de alguma forma interferir no funcionamento do aparelho.

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Este post tem um comentário

  1. Marco Antonio

    Muito boa essa publicação, um assunto importante, instigante e de minha área de trabalho, gostaria de ver também a influência da energia ⚡ quântica no tratamento de patologias neurais, bom dia.

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