O que é Esclerose Múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença autoimune. Isso significa que o mesmo sistema imunológico do corpo que age em defesa do nosso organismo contra invasão por microrganismos, por exemplo, é o mesmo que “ataca” os revestimentos das células nervosas, a mielina dos neurônios, responsável por facilitar a comunicação entre os neurônios.
O que leva o sistema imune do indivíduo a ficar desorganizado e causar a esclerose múltipla ainda é desconhecido, mas trabalhos epidemiológicos têm focado em fatores genéticos como mutações do gene VAV1 que, associado a fatores ambientais como alterações sorológicas da vitamina D, exposição solar e infecções virais como pelo vírus Epstein-Barr, podem deflagrar a doença.

Grupos de risco da Esclerose Múltipla

Os caucasianos, especialmente aqueles com famílias originárias do norte da Europa, parentes de segundo e terceiro grau de pessoas com esclerose múltipla e, principalmente gêmeos idênticos, estão no grupo de risco da doença.
Outras doenças que afetam o sistema autoimune, como distúrbios da tireoide, diabetes, doença inflamatória intestinal, vasculite, etc também podem aumentar as chances de pacientes desenvolverem a doença.

Sintomas e sinais da Esclerose Múltipla

Sintomas e sinais podem ocorrer no surto da esclerose múltipla, como perda visual, déficit de força em uma região, dormência e desequilíbrio, por exemplo. Como várias outras doenças podem deflagrar essas reações, é fundamental submeter o paciente a exames de imagem, principalmente a ressonância magnética de crânio e medula para afastar a possibilidade de doenças como acidente vascular cerebral, por exemplo.
No primeiro surto, o diagnóstico de esclerose múltipla é mais difícil de ser concluído. Por isso, é necessário um exame extenso de sangue e análise de líquor para descartar outras doenças, principalmente quando o paciente apresenta o primeiro episódio.

Tratamento da Esclerose Múltipla

Hoje, os tratamentos vigentes tentam melhorar a qualidade de vida do paciente. Seja aumentando o intervalo entre eles ou diminuindo o intervalo de tempo para a recuperação, as sequelas dos sintomas neurológicos ou a probabilidade do paciente apresentar outro surto.
Como cada caso é diferente do outro, cada paciente apresenta sintomas distintos, o tratamento também precisa ser individualizado. Algumas pessoas apresentam sintomas muito leves e, às vezes, nem precisam de tratamento, outras, embora, façam tratamento com todos os protocolos possíveis, não apresentam melhora do quadro e a cada surto acumulam um déficit neurológico residual.
Os medicamentos utilizados no tratamento ajudam a regular as atividades do sistema imunológico, responsável pela destruição da mielina dos neurônios, e têm a função de reduzir a crise reincidente e, portanto, modificam o curso da doença.

Novo tratamento para Esclerose Múltipla

Recentemente um tratamento surgiu como uma nova estratégia terapêutica: o transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TACTH). Esse tratamento possibilita regenerar os neurônios afetados pela destruição de seu revestimento – a mielina –, mantendo os pacientes em remissão dos sintomas, sem a necessidade de utilização crônica de medicamentos e diminuindo as possibilidades de complicações com o uso dos mesmos. Para haver maiores possibilidades de sucesso terapêutico o paciente deve ser submetido à quimioterapia e irradiação corpórea total.
Com esse tratamento, cerca da metade dos pacientes submetidos não apresentam surtos durante cinco anos após o tratamento. Antigamente, utilizando outros protocolos a taxa de mortalidade era bem alta, chegando a quase 10% dos pacientes submetidos a esse tratamento, hoje em dia essa estatística caiu para 1,3%.
Para os pacientes que permanecem com alguma sequela residual após surto, fisioterapia, fonoaudiologia, medicamentos para reduzir a fadiga, relaxantes musculares, medicamentos para depressão, distúrbios intestinais etc, costumam ajudar no tratamento.
Estabelecer uma melhor ergonomia no trabalho, estar em ambiente com temperatura de 22 a 24ºC, fazer uma dieta equilibrada, buscar apoio psicológico, praticar meditação, yoga, musicoterapia que ajudam a controlar o estresse, também contribuem para que os pacientes tenham melhor qualidade de vida.

 

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