“Transcranial magnetic stimulation treatment for epilepsy: can it also improve depression and vice versa?”

“O tratamento de estimulação magnética transcraniana para epilepsia: também pode melhorar a depressão e vice-versa?”

Boletim Neuro Atual- Resenhas de Trabalhos Científicos em Neurologia. Volume 3, Número 2, 2011 Epilepsy and Behavior, 7:182-9,2005

Autores: Vanessa Teixeira Müller e Marleide da Mota Gomes

Trata-se de uma revisão do uso da estimulação magnética transcraniana (EMT)
em pacientes epilépticos e depressivos. Sabe-se que o tratamento da depressão em pacientes com epilepsia (PCE) é freqüentemente negligenciado pelos neurologistas. No entanto, apesar de as drogas antidepressivas (DA) serem consideradas prioritárias no tratamento da depressão, as interações medicamentosas e os potenciais efeitos epileptogênicos destas drogas representam um óbice terapêutico. Alem do mais, as drogas antiepilépticas (DAE) per se podem não ser eficientes para estabilizar o humor em pacientes depressivos. Portanto, tratamentos que reduzem a depressão sem piorar o
risco de crises epilépticas (CE) ou, melhor ainda, com a possibilidade de aumentar o controle das CE estão sendo avaliados. Os autores citam algumas abordagens para elucidar o mecanismo fisiopatológico da depressão, e sua relação com a epilepsia como: uso da neuroimagem e ensaios clínicos com a estimulação vaso vagal e EMT, por exemplo. Parece que a característica principal para o desenvolvimento de depressão em PCE é a hipoatividade do lobo pré-frontal, relacionada à gravidade da depressão. Os autores hipotetizam que as mudanças da atividade cortical induzidas por repetitivas descargas epilépticas possam ser responsáveis pela hipoatividade do lobo pré-frontal e
pela depressão. Estabelecida a possibilidade da conexão entre epilepsia e depressão, não é surpreendente que DAE possam apresentar efeitos antidepressivos. Todavia, os autores idealizam que o melhor tratamento para os PCE com depressão seria o que não causasse uma hipoatividade cortical generalizada ou hiperatividade generalizada, em outras palavras, um tratamento focal com efeitos neuromoduladores no foco epiléptico.
Nessa esfera, destaca-se a EMT repetitiva (EMTr) que é uma técnica não invasiva, praticamente indolor que neuromodula a atividade cortical de forma focal. Esta melhora a depressão através de mecanismos diversos às DA por não piorar a epilepsia e certamente não interagir com as DAE a partir da redução da excitabilidade do foco epiléptico e, consequentemente, à redução de seus efeitos inibitórios para outras áreas, como o córtex pré-frontal. A atividade da EMTr não é restrita apenas ao local estimulado, destacaram os autores a partir da sua revisão da literatura. Uma modulação na área pré-frontal (para depressão) pode diminuir a atividade do foco epiléptico e viceversa. Os autores destacaram que comparada às DAE, a EMTr apresenta poucos efeitos colaterais, e quando estes ocorrem, em sua maioria, são temporários. O risco de indivíduos apresentarem crises depende da freqüência do estímulo, intensidade, duração e intervalo das séries. Todavia, após realização de um consenso na conferência com os
maiores especialistas nesta área em Bethesda a respeito das normas e padrões de segurança na utilização da EMTr (1996), não foram mais relatadas CE. Os resultados positivos da EMTr na mencionada população encorajam outras pesquisas com essa temática.

Fonte: http://familiabrasil.org/revista/ojs-2.2.3/index.php/ENeuroatual/article/download/120/282

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