Parkinson no filme Amor e Outras Drogas

Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um vendedor de um grande laboratório da indústria farmacêutica americana. Como representante comercial, sua função é abordar médicos e convencê-los a prescrever os produtos da empresa para os pacientes. Em uma dessas visitas, ele conhece Maggie Murdock (Anne Hathaway), uma jovem de 26 anos que sofre de doença de Parkinson. Inicialmente, Jamie fica atraído pela beleza física e por ter sido dispensado por ela, mas aos poucos descobre que existe algo mais forte. Maggie, por sua vez, também sente o mesmo, mas não quer levar o caso adiante por causa de sua doença.

Características da Doença de Parkinson

Ainda que você não saiba muito sobre distúrbios neurológicos, com certeza já ouviu falar do Parkinson. E não é à toa. Estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas sofram com o problema em todo mundo. Segundo projeções do Banco Mundial, em 20 anos, o número de parkinsonianos será 50% maior em países como Japão, Alemanha, Itália e Reino Unido. No Brasil, o número de vítimas deve dobrar: dos atuais 200 mil para 400 mil.

Embora, normalmente, as pessoas só associem a doença a tremores e dificuldades motoras, o Parkinson é uma doença progressiva que causa a degeneração do sistema nervoso central, devido à morte prematura de neurônios. Com o seu diagnóstico, a primeira informação que se recebe é de que a doença não tem cura. Porém, ela não chega a ser fatal. Ainda que as complicações motoras e neurológicas – tremores nos braços, pernas, cabeça e mãos, além de movimentos involuntários, enrijecimento do corpo, perda de expressão e lentidão – possam limitar a rotina e a independência, quanto mais cedo identificado o problema, maior a expectativa de vida dos pacientes.

No tratamento convencional, baseado no uso crônico de remédios, complicações costumam aparecer após 5 ou 10 anos. Mas uma nova intervenção surge como um complemento eficaz na luta contra o Parkinson: a estimulação magnética transcraniana (EMT). Além de trazer menos efeitos colaterais, estudos recentes mostram que a técnica tem resultados positivos, com boa melhora nos sintomas de rigidez, discinesia e depressão. O método é também um procedimento seguro, o que é fundamental na busca por novas alternativas médicas.

Conheça a estimulação magnética transcraniana

O Parkinson ocorre quando uma área do cérebro conhecida como substância nigra se torna deficiente. Isso compromete a produção da dopamina, composto que ajuda a conduzir os sinais elétricos que controlam os movimentos do corpo.

Ao ativar essas regiões por meio da variação de um campo magnético, a estimulação magnética modifica e equilibra as atividades cerebrais, promovendo um aumento da atividade neuronal e da produção de dopamina. Como consequência, há uma melhora importante nos sintomas da doença, assim como na qualidade de vida e independência do paciente.

No Brasil, a estimulação magnética é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006. No entanto, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos, como o Parkinson, já vem sendo apontada em diversos artigos e pesquisas.

É possível prevenir o Parkinson?

Parkinson é uma doença multifatorial. Ou seja, é resultado de complexas interações entre fatores genéticos e ambientais. Mas, ainda assim é possível prevenir alguns dos seus fatores de riscos. Conheça-os e saiba como:

– Diminuir a exposição a pesticidas, herbicidas e produtos químicos, como solventes.

– Manter uma alimentação saudável, com substâncias antioxidantes que reduzem a formação de radicais livres. Um exemplo são os flavonoides, presentes nos chás, morango, laranja e vinho tinto.

– Praticar atividades físicas para redução da pressão arterial e dos riscos de diabetes.

– Reduzir o uso de determinados medicamentos, como: haloperidol, pimozide, metoclopramida, cinarizina, flunarizina, reserpina e alfametildopa.

– Para motociclistas, usar capacetes e proteção facial.