ESTIMULAÇÃO POR CORRENTE CONTÍNUA (TDCs)

O que é estimulação por corrente continua (TDCs)?

A Estimulação Transcraniana por Corrente Direta ou Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua utiliza baixas correntes elétricas para estimular o cérebro. É uma técnica de neuromodulação que modifica a excitabilidade cerebral de forma segura e não invasiva.

A transmissão das baixas correntes é realizada através de eletrodos colocados externamente na cabeça do paciente. A corrente inicia no anodo (eletrodo negativo) que é excitatório para o catodo (eletrodo positivo), que é inibitório. Dependendo da patologia cerebral, o médico pode montar um protocolo personalizado com o exato local no cérebro que deve ser estimulado ou inibido.

Para que serve estimulação por corrente contínua?

A TDCs pode ser utilizada para vários transtornos neuropsiquiátricos. Os mais estudados e recomendados são: depressão, dor crônica, reabilitação neurológica tanto para distúrbios motores quanto da fala, fibromialgia etc.

Quais profissionais podem realizar o procedimento TDCs?

Geralmente o procedimento pode ser aplicado por qualquer profissional de saúde como médicos, fisioterapeutas, fonoaudiologistas que estejam qualificados para executar o tratamento, com expertise em neurociências e na área de neuromodulação.

Existe alguma contraindicação para realizar Estimulação Por Corrente Contínua (TDCs)?

A única contraindicação relativa seria alguma alteração cutânea no couro cabeludo na área a ser estimulada.

Estimulação por Corrente Contínua é um tratamento seguro?

Baixos relatos de efeitos colaterais, risco praticamente nulo de crise epiléptica. Técnica neuromodulatória mais segura.

Estimulação por corrente contínua (TDCs) e neuroreabilitação

Estudos demonstram que a aplicação de corrente anódica no córtex motor resulta em melhor desempenho motor, aumento do rendimento do aprendizado motor implícito e memória operacional em pacientes com doença de Parkinson. A técnica também tem sido utilizada para diminuir a neuroplasticidade mal adaptativa que ocorre em pacientes pós AVC reduzindo a excitabilidade dos circuitos das áreas cerebrais NÃO LESIONADAS. Em estudos realizados em pacientes com sequela de afasia motora, a utilização da estimulação anodica parece ter resultados promissores.

Estimulação por corrente contínua (TDCs) e Depressão

Sabe-se que a Estimulação Magnetica Transcraniana é o método neuromodulatorio mais eficaz para o controle dos sintomas da depressão, no entanto ainda seu custo é elevado. Diante desse cenário, TDCS tem sido utilizada com respostas boas para o controle dos sintomas depressivos mesmo em estudos controlados e randomizados.

Estimulação por corrente contínua (TDCs) e Acidente vascular Cerebral

No acidende vascular cerebral a área cerebral não afetada de certa forma “vampiriza” e promove uma neuroplasticidade mal adaptativa, pois nas áreas não afetadas há um aumento de fluxo sanguíneo e um aumento da atividade cerebral, enquanto na área afetada que supostamente deveria haver uma MISSAO DE SOCORRO aos neurônios acometidos, fica cada vez menos estimulados. Diante desse cenário, ao realizar uma estimulação catódica, ou seja inibitória na área não lesada, há uma tentativa de ajudar a reduzir essa neuroplasticidade mal adaptativa e uma melhor comunicação interhemisferica.

Rev Neurocienc 2008:17 (3) 298-300

Estimulação por corrente contínua (TDCs) e Dependencia Química

Dependencia química está relacionada a mudanças funcionais e estruturais no sistema nervoso do paciente, principalmente nas áreas do córtex orbito frontal e dorsolateral do córtex pré-frontal e região anterior do cíngulo. Diante desse desequilíbrio nestas áreas a ETCC ajuda a regular a excitabilidade cortical. Os resultados de estudos que avaliaram pacientes dependentes de cocaína, maconha, álcool e outras substancias demonstraram que é uma técnica segura e que reduz fissura nos diferentes contextos estudados.

Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo 2013;58(3):134-40