Depressão e Parkinson estão associados?

A doença de Parkinson é degenerativa e progressiva, com prevalência em pessoas acima de 65 anos. Ocorre perda de neurônios na substância negra do Sistema Nervoso Central com depleção de dopamina, causando uma ativação anormal dos gânglios da base e áreas corticais, incluindo o córtex motor primário, o córtex pré-motor e córtex pré-frontal. As disfunções motoras são diagnosticadas clinicamente junto com problemas não motores, como distúrbios de humor e cognitivo. A prevalência desses sintomas neuropsiquiátricos não motores no Parkinson é considerada elevada. Por exemplo, em pesquisa, a depressão varia entre 20 e 50% dos pacientes e está associada a maior incapacidade.

Conexôes do Cérebro entre Depressão e Doença de Parkinson

Um recente estudo de Dan et al. (2017) com pacientes que utilizavam medicamentos dopaminérgicos mostrou as principais conexões funcionais do cérebro que são preditoras de depressão no Parkinson, veja a seguir essas associações: i) Aumento da conectividade dos lados esquerdo e direito do córtex cingulado anterior (na figura está como L + R ACC) ao lóbulo parietal inferior direito (na figura está como R IPL), ao giro frontal inferior direito (na figura está como R IFG) ou ao córtex cingulado posterior direito (na figura está como R PCC); Associação entre o núcleo caudado esquerdo (na figura está como L Caudado) e o tálamo direito e esquerdo; Relação entre os lados direito e esquerdo do córtex orbito frontal (na figura está como L + R OFC) com o hipocampo direito é o que mostra maior associação com a depressão na Doença de Parkinson.

Figura adaptada de Dan et al. (2017). Conexões entre Depressão e Parkinson. VTM Neurodiagnóstico, tratamentos e diagnósticos em Neurologia e Psiquiatria.

Tratamento para Parkinson e Depressão

A doença de Parkinson ainda é incurável e, o tratamento farmacológico e procedimentos neurocirúrgicos ainda possuem limitações importantes que tornam necessária a abordagem de novas técnicas terapêuticas. Por exemplo, o uso da estimulação magnética transcraniana (EMT) pode ser considerada um dos tratamentos mais avançados para doença. Em 1994, houve o primeiro estudo com melhora da resposta motora para estimulação magnética em região motora. Em relação aos distúrbios de humor e cognitivos, usando-se a bobina em oito da EMTr, com estimulação no córtex dorsolateral pré-frontal em frequências de 5 a 15 Hz, revelou melhora da depressão, além de melhoras no desempenho cognitivo e motor. Apesar dessas importantes constatações, é necessário consuta e diagnóstico à tratamento direcionado por médico especializado para que se possa obter os melhores resultados.