O que é?
A pediatria é a especialidade médica que atua na etapa do crescimento e desenvolvimento do ser humano. Isso Inclui a criança e o adolescente os quais possuem características biológicas e psicossociais próprias.
Qual a faixa etária que um pediatra atende?
O Pediatra atua até o final da adolescência considerado 20 anos incompletos. Vale ressaltar, que não é proibido um pediatra atuar em outras faixas etárias, visto que é diplomado em medicina. O consenso é estabelecido entre o profissional de saúde e o responsável pelo paciente na maioria das vezes.
Quais são as doenças mais comumente tratadas pelo pediatra?
Quanto tempo em média dura uma consulta pediátrica?
Isso dependerá de caso a caso. O mais importante é fazer um diagnóstico preciso e promover um acompanhamento da criança ou do jovem de forma acolhedora.
Qual a freqüência que devo marcar consulta?
A criança deve ir ao pediatra logo na primeira semana de vida e as consultas de puericultura são indicadas mensalmente até o primeiro ano. Dos 12 aos 18 meses indica-se consultas trimestrais. Dos 18 meses aos 2 anos consulta semestral. A partir dos dois anos uma consulta anual. Vale ressaltar que estas são as consultas de rotina e caso exista alguma alteração clínica ou dúvida do responsável em relação ao desenvolvimento do menor, leve ao pediatra sempre.
Quais são as vacinas obrigatórias? Quais as vacinas que não são obrigatórias, mas que seriam recomendadas?
Calendário de Vacinação da Sociedade Brasileira de Pediatria
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA SBP (2018)
Idade Vacinas
Ao nascer (1) BCG 1ª dose
(2) Hepatite B 1ª dose
2 meses (1) Pentavalente 1ª dose (Tetravalente + Hepatite B 2ª dose); ou Hexavalente (Tetravalente + Hepatite B 2ª dose + Poliomielite 1° dose -VIP) / DTPa ou DTP 1ª dose + Hib 1ª dose + Hepatite B 2ª dose + Poliomielite 1ª dose (VIP)
(2) Pneumocócica conjugada (preferencialmente 13-valente ou 2ª opção 10-valente) 1ª dose
(3) Rotavírus (monovalente ou pentavalente) 1ª dose
3 meses (1) Meningocócica ACWY preferencialmente conjugada 1ª dose / Meningocócica C conjugada (2ª opção) 1ª dose
(2) Meningocócica B recombinante 1ª dose
4 meses (1) DTPa 2ª dose+ Hib 2ª dose+ VIP 2ª dose ou Pentavalente 2ª dose (Tetravalente + Hepatite B 3ª dose); ou Hexavalente (Tetravalente + Hepatite B 2° dose
(2) Poliomielite 1° dose (VIP)
(3) Pneumocócica conjugada (preferencialmente 13-valente / 2ª opção 10-valente) 2ª dose
(4) Rotavírus 2ª dose
5 meses (1) Meningocócica ACWY preferencialmente conjugada 2ª dose / Meningocócica C conjugada (2ª opção) 2ª dose
(2) Meningocócica B recombinante 2ª dose
6 meses (1) DTPa 3ª dose+ Hib 3ª dose + VIP 3ª dose + Hepatite B 3ª dose; ou Pentavalente 3ª dose (Tetravalente + Hepatite B 4ª dose); ou Hexavalente (Tetravalente + Hepatite B 3ª dose)
(2) Poliomielite 3ª dose – VIP
(3) Pneumocócica 13-valente 3ª dose
7 meses (1) Meningocócica B recombinante 3ª dose
(2) Influenza 1ª dose (preferencialmente quadrivalente / 2ª opção trivalente)
A partir dos 9 meses Febre Amarela (dose única)
12 meses (1) Pneumocócica conjugada (preferencialmente 13-valente / 2ª opção 10-valente) reforço
(2) Meningocócica ACWY preferencialmente conjugada reforço / Meningocócica C conjugada (2ª opção) 1º reforço
(3) Meningocócica B recombinante reforço
(4) Hepatite A 1ª dose
(5) Tetraviral 1ª dose (Tríplice viral 1° dose + varicela 1° dose)
15 meses (1) DTPa (1ª opção) / DTP (2ª opção) 1º reforço (incluída na pentavalente) + Hib reforço
(2) Poliomielite oral 1º reforço (VOP)
(3) Tetra viral (Tríplice Viral 2ª dose + Varicela 2° dose)
18 meses Hepatite A 2ª dose
4 anos (1) VOP 2º reforço
(2) DTPa (preferencialmente), DTP – 2º reforço
5 a 6 anos Meningocócica ACWY (preferencialmente) ou C – 2º reforço
A partir de 9 anos (1) HPV 2 doses 11 a 14 anos
(2) Meningocócica ACWY preferencialmente conjugada reforço/ Meningocócica C conjugada (2ª opção) 3º reforço ou dose única 14 anos
14 anos dTpa (preferencialmente) / dT – reforço
Reforço a cada 10 anos dT
Vacinação anual durante campanha Gripe sazonal
Celular- A partir de qual idade posso presentear o meu filho?
Atualmente, o desenvolvimento tecnológico tem despertado grande interesse nas crianças desde os primeiros anos de vida. É fato que até para os pais é muito mais agradável dar um celular em restaurantes e locais públicos para as crianças pequenas ficarem esperando com paciência e silêncio. Cada vez mais nossos menores estão ficando introspectivos, isolados e sem autoconfiança visto que as “curtidas” são cada vez mais importantes nas redes sociais de adolescentes para sua felicidade. O ideal é que acima de doze anos seja dado o celular a criança e mesmo assim com monitoramento e observação sempre do que é visualizado e tentando sempre não substituir as conversas e atividades em grupo e ao ar livre pelos eletrônicos.
É verdadeiro afirmar que o uso de eletrônicos de forma precoce pode levar ao autismo?
Crianças menores de dois anos já com genética e predisposição ao espectro autista, tornam-se mais rapidamente introspectivas se expostas a celulares e outros eletrônicos durante muito tempo e cedo. Entretanto, aqueles já diagnosticados ou em fechamento de diagnóstico tem necessidade em usar estes aparelhos da modernidade. Não é certo retirá-los destas crianças nem contra-indicado seu uso, porém horários e disciplina para seu desligamento devem ser estabelecidos. Lembrando sempre que terapia e estímulos sociais são de extrema importância para essas crianças aprenderem a lidar com suas ansiedades e com o mundo exterior não virtual.
Videogame: riscos versus benefícios
Toda atitude em excesso é danosa e os jogos eletrônicos não fogem à regra. Os videogames devem ser usados com cautela pelas crianças, porém não devem ser considerados como vilões na vida dos pequenos. É inevitável que com os avanços tecnológicos os vídeos games estejam no dia a dia da criança. No entanto, esses estímulos são importantes para o desenvolvimento do raciocínio lógico e coordenação motora, mas devemos ter cuidado para não se tornarem essenciais para a criança/adolescente. Tornam-se patológicos quando os mesmos substituem as atividades vitais como comer, dormir e as sociais pelo jogo. É necessária disciplina para estabelecer horários da brincadeira e horários para a vida virtual e não virtual. Os pais devem estar atentos e devem ativamente participar da vida do seu filho tendo sempre um tempo hábil para conversa e diálogo com o mesmo.
Meu filho não quer dormir sozinho: o que posso fazer?
Uma das queixas comumente relatadas nas consultas de puericultura é esta- O que fazer? Com calma, alguns hábitos e estratégias devem ser traçados desde a chegada do bebê em casa.. Não é o ideal a criança dormir no quarto dos pais ou muito menos na mesma cama não somente por motivos psicológicos como de prevenção de acidentes (asfixia, queda da cama etc).
Se a criança já dorme com os pais algumas “dicas” e muita paciência.
– Transforme o quarto da criança em um ambiente sossegado e tranquilo. Sem estímulos como televisão ou algo que o deixe acordado
-Crie rituais como: escovar dentes, colocar um pijama especial, ler um livrinho antes de dormir, estabelecer horários de sono, diminuir a luz no quarto, escolher um bichinho de pelúcia especial para cada dia ou para todas as noites…
-Com a própria criança, decore o quarto com algum personagem ou algo de preferência dela
-Mostre que você não a está abandonando, é preciso passar segurança para a criança
-Fique um pouco com ela se necessário para a mesma se sentir segura
-Se a criança pedir, feche a porta. Se optar por deixar entreaberta, sem problemas…
-Se a criança demorar a pegar no sono, vá ao seu quarto de tempos em tempos para a mesma saber que não está sozinha…
Meu filho está com um comportamento estranho, será que meu filho é autista?
O transtorno do espectro autista (TEA) refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, alteração na fala e comunicação. Em alguns casos o pediatra já pode sinalizar com 18 meses de idade, em outros aos dois ou três anos.
Para tal, a clínica é a principal chave. Não existem exames laboratoriais para este diagnóstico. As consultas de rotina do Pediatra, com os marcos do desenvolvimento infantil são muito importantes.
Algumas características podem ser observadas pelos próprios pais em casa,o que não quer dizer que elas sejam diagnóstico do transtorno ,porém devem ser reparadas para que o profissional de saúde acompanhe e oriente o responsável com equipe multidisciplinar caso necessário.
Principais exemplos de sinais que podem ser rastreados precocemente, e servir de alerta (lembrando sempre de relacionar com a faixa etária da criança):
-Não manter contato visual quando conversa (isso já pode ser observado em lactentes)
-Atraso em marcos do desenvolvimento ou alterações como: andar na ponta dos pés
-Não atender quando chamado (sempre descartar patologias auditivas)
-Choro incoercível ou intolerância a certos barulhos, ambientes e texturas…
-Enfileirar objetos ao brincar ou organizar por cores
-Dificuldade em expressar verbalmente as vontades e utilizar gritos ou sons não específicos
-Realizar movimentos repetitivos
MUITO IMPORTANTE nenhuma característica citada é diagnóstico sem o acompanhamento com o Pediatra
Desfralde infantil: como e quando começar?
O indicado é a partir dos 24 meses ou quando a criança emitir sinais que quer fazer xixi ou cocô. Forçar o desfralde pode causar prejuízos ao desenvolvimento e a saúde da criança como: prisão de ventre.
Nesse momento paciência e muita dedicação são necessários. É normal apresentar algumas fases de progressão e regresso durante o processo.
Métodos com uso de recompensas (adesivos, ou outros) para a criança quando começa a pedir para ir ao banheiro são muito utilizados e estimulantes. O acompanhamento com o Pediatra é essencial sempre respeitando o tempo de cada criança para o desfralde.