GERIATRIA

O que é geriatria?

A geriatria é exercida por um profissional denominado Geriatra.

O Geriatra é um médico especialista que utiliza uma abordagem ampla para a avaliação clínica ao abordar os aspectos multidimensionais do paciente ao utilizar de instrumentos como escalas e testes; por este motivo, que a consulta geriátrica é, em geral, mais demorada.

Este profissional, durante sua formação (especialização), capacita-se para lidar com as doenças mais prevalentes na população idosa, tais como: as demências, a hipertensão arterial, o diabetes e a osteoporose; o Geriatra também trata de problemas com múltiplas causas, como tonturas, incontinência urinária e tendência a quedas e fornece cuidados paliativos aos pacientes portadores de doenças sem possibilidade de cura.

A Medicina Geriátrica é uma ciência que avança a cada dia, propiciando longevidade com melhor qualidade de vida para a população idosa.

O que é gerontologia?

É o estudo do envelhecimento nos seus diferentes aspectos: biológico, psicológico, social dentre outros. Campo científico e profissional relacionado às questões multidimensionais do envelhecimento, dedicado à descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais diversos aspectos.

Esta área de atuação profissional visa a prevenir e propor intervenções para garantir a melhor qualidade de vida possível dos idosos no curso do envelhecer e até o momento final de vida.

Os profissionais especialistas em Gerontologia são denominados Gerontólogos, isto é, um Dentista ou outro profissional da área de saúde ou não, que tenha se dedicado a uma especialização sobre envelhecimento, após aprovação na prova de título pela Sociedade Brasileira de Geriatria & Gerontologia, torna-se Gerontólogo.

Qual faixa etária que um geriatra atende?

Para consultar com o Geriatra não é necessário esperar chegar aos 60 anos. Podemos recomendar iniciar o acompanhamento com Geriatra a partir dos 40 anos, pois estudos sobre o envelhecimento demonstram que em média acumulamos reservas funcionais até esta faixa etária. Desta forma, quanto antes prevenir doenças e acumular reservas, melhor e mais saudável será o envelhecimento. O que importa é que independentemente da idade a pessoa pense na sua saúde e no envelhecimento bem-sucedido com autonomia, independência funcional e qualidade.

Quais são as doenças mais comuns do idoso?

O envelhecimento acarreta mudanças no organismo e pode trazer a chance maior de algumas doenças. Não podemos e nem devemos confundir alterações decorrentes do processo de envelhecimento como doenças. No consultório de Geriatria as doenças mais prevalentes são:

  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes;
  • Transtorno da Memória – Demência (ex. Demência de Alzheimer);
  • Alterações de Movimento e Marcha  (ex. Doença de Parkinson);
  • Transtorno do Humor e distúrbios do sono;
  • Incontinências (urinária e fecal);
  • Osteoporose, quedas e fraturas;
  • Tontura e instabilidade;
  • Outras: Doenças agudas como as Infecções urinárias e pneumonias e  gastrites / dispepsias, hipotireoidismo, distúrbios metbólicos e neoplasias.

Um problema comum que não pode ser enquadrado como doença, porém impacta de forma negativa no idoso é a polifarmácia, isto é, o uso de 5 ou mais medicamentos. Esta condição deve sempre ser equacionada por um profissional geriatra, favorecendo a desprescrição ao realizar a conciliação medicamentosa dentro das indicações e necessidades reais de cada paciente.

Qual é a importância de um idoso ser acompanhado por um médico (a) geriatra?

10 Dicas para envelhecer de forma mais saudável

O envelhecimento populacional é um fenômeno que ocorre em escala global.

 A medicina, influenciada pelos avanços tecnológicos, além dos processos de acompanhamento / rastreio, vigilância sanitária e cuidados com a alimentação são os principais fatores responsáveis pelo aumento da expectativa de vida da população.

O envelhecimento da população brasileira, é um fenômeno recente quando comparado aos países europeus, e ocorreu em função da melhoria nas condições de vida pelas quais o país passou nas últimas décadas, aumentou a expectativa de vida, e consequentemente a população idosa no Brasil.

Envelhecer não é necessariamente sinônimo de doença. No entanto, é sabido que com o avançar da idade é comum o surgimento de algumas doenças. O conceito de saúde vai além da ausência de doenças, principalmente nas pessoas com mais idade. Saúde significa ter equilíbrio orgânico, psicológico e social.

Desta forma seguem dez dicas para um envelhecimento mais “saudável”!

  • Pratique atividades físicas: não é só benefícios estéticos que os exercícios trazem. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as atividades ajudam a prevenir doenças da terceira idade como osteoporose, problemas cardíacos e, por causa dos níveis de serotonina que se elevam durante a prática, uma substância que melhora o humor, ajudam a prevenir a depressão, além de recentes estudos que demonstram a liberação de neurotransmissores cerebrais capazes de retardar e prevenir as demências.
  • Exercite o seu cérebro: malhar o cérebro, seja por meio de uma boa leitura ou aprendendo algo novo promove relaxamento e ajuda a estimular o raciocínio, mas, além desses benefícios, ler livros ajuda a manter o cérebro sempre ativo, prevenindo a perda de memória. Jogos e videogames direcionados também são forma se melhorar a memória.
  • Durma corretamente: dormir pouco todos os dias pode envelhecer o cérebro, pois acelera a velocidade do declínio cognitivo, além de afetar no raciocínio. Aliás, a privação do sono pode ainda atrapalhar a concentração durante as tarefas e atrapalhar o bom funcionamento do metabolismo, agravando, dessa forma, em um aumento do peso corporal. O ideal é descansar cerca de oito horas por noite.
  • Mantenha a inserção e convívio social: Um dos segredos da longevidade é ter uma vida social na terceira idade. O envelhecimento é um processo natural para qualquer indivíduo, mas não é porque chegamos a uma idade avançada que devemos deixar as nossas relações de lado. O convívio social é fundamental em qualquer época da vida, mas, para os idosos, ele é ainda mais importante, pois evita que se sintam sozinhos e deprimidos. 
  • Aumente a ingestão de água: a água é o nutriente mais abundante no corpo, sendo que ela desempenha papeis fundamentais no nosso metabolismo.
  • Alimente-se corretamente: Diversifique sua alimentação nas diferentes fontes de alimentos:

– Alimentos energéticos: Arroz, massas, todos os tipos de cereais, pães, milho, batata, mandioca (macaxeira), inhame, cará.

–   Alimentos energéticos extras: Gorduras e óleos (margarina, manteiga, óleo vegetal, azeite de oliva).

–  Alimentos Construtores: Peixes, carnes, aves, ovos, leite, queijo e leguminosas secas (feijão, lentilha, soja, grão de bico).

  • Evite o tabagismo e a ingestão demasiada de bebidas alcoólicas: o álcool etílico diminui a quantidade de vitamina A no organismo, agravando no aparecimento de rugas e linhas de expressão. Já o cigarro reduz o fluxo sanguíneo afetando na oxigenação dos tecidos da pele e risco maior para diferentes formas de câncer.
  • Faça passeios ao ar livre: Permanecer ao ar livre pelo menos 15 min diários. A Vitamina D, advinda do sol, ajuda a fixação do cálcio, melhora o ânimo. O melhor período para se expor ao sol é até as 10 horas e após as 16 horas. Não se esqueça de usar protetor solar.
  • Previna-se de quedas: A queda é o mais sério e frequente acidente doméstico envolvendo idosos e a principal causa de morte acidental em pessoas com mais de 60 anos de idade. Uma queda, mesmo que pequena, em diversos casos é a principal causa de incapacidade entre pessoas mais idosas. Elas podem causar desde lesões leves, como contusões e torções, ou mais graves, como fraturas e serem geradoras de incapacidades e perdas funcionais significativas influenciando nas atividades corriqueiras da vida diária. A idade é um grande fator de risco para quedas, visto que há redução dos reflexos, do tônus e da força muscular.
  • Acompanhamento Terapêutico (Geriatra)  para controle das doenças crônicas: é um trabalho do geriatra  visa promover a autonomia e a reinserção social, bem como uma melhora na organização subjetiva do paciente, por meio da ampliação da circulação e da apropriação de espaços públicos e privados O trabalho clínico se desenvolve através de encontros com o paciente cujo campo de ação é o cotidiano dos indivíduos acompanhados e um fazer em comum, por meio do qual o paciente pode encontrar uma maneira de conduzir sua vida de forma mais autônoma.

Outras dicas de relevância

Em função das alterações do envelhecimento, menor velocidade de resposta e alterações imunológicas a ausência de febre não se mostra como parâmetro adequado para o diagnóstico de síndrome infecciosa ou gravidade do curso de doença aguda.

  • O que pode significar sonelência ou desorientação de instalação aguda?

A sonolência excessiva ou desorientação com agitação e agressividade (sintomas comportamentais) podem ser sinais de alerta para processos infecciosos, desidratação ou alterações eletrolíticas, mesmo em pacientes cognitivamente saudáveis. Todavia, alterações comportamentais em vigência de infecção, mesmo em paciente cognitivamente assintomáticos pode servir de sinal de alerta para um processo de degenerativo da memória subjacente. 

O IDOSO SENTE MENOS SONO: MITO OU VERDADE?

Mito. Algumas teorias defendem que o que acontece na verdade é uma mudança na arquitetura do sono. Na maioria das vezes, o idoso tem a sensação de que dorme menos ou de que não dormiu bem, entretanto nem sempre isso é real. Quando demandamos menos atividade ao corpo durante o dia, é natural que as horas de sono diminuam. Nem sempre é preciso tratar com medicamentosas queixas de sono. Primeiramente, é preciso investigar as causas dessa mudança e, se possível, tratá-las.

Dicas para diminuir o risco de quedas no idoso

Você sabia que a maioria das quedas entre os idosos ocorrem dentro do domicílio? E que a maioria destas ocorrem dentro dos banheiros? Logo, devemos propor adaptações à nossa rotina diária e em nossos domicílios que aumentem a nossa segurança nas nossas residências.

Todo cuidado é pouco!

Sugerimos algumas dicas importantes:

  • Não deixe tapetes soltos e desfiados, pois podem deslizar ou causar tropeções. Procure evitá-los ou aboli-los de preferência ou pelo menos fixe-os bem para que não desloquem ao passar;
  • Use sapatos fechados, de preferência com solado de borracha, que aderem melhor ao chão;
  • Use pisos antiderrapantes, principalmente nos banheiros e ou cozinha e áreas onde existe maior risco de estarem molhados;
  • Tire os obstáculos do chão ou do caminho de passagem, pois alguns móveis muito baixos (banquinhos e banquetas) e objetos espalhados pela casa, contribuem para as quedas;
  •  Coloque o telefone num lugar acessível, para ser mais fácil pedir ajuda quando for necessário;
  • Deixe sempre uma luz acessa durante a noite, para facilitar a locomoção e guiar o caminho até o banheiro;
  •  As escadas e corredores, se possível devem ter corrimão dos dois lados, use-os! O corrimão deve continuar até os últimos degraus, que devem ser revestidos com piso antiderrapante e sinalizados com faixas amarelas no primeiro e último degrau;
  • Verifique a altura do cento do sanitário, existe adaptadores para melhorar a altura;
  • Coloque barras de proteção, principalmente no banheiro (chuveiro e locais onde possa ocorrer dificuldade para se levantar;
  • Enxugue os pés e pernas sentado, em um local firme e seguro. Assim como lave seus pés sentado, principalmente se você habitualmente sente-se desequilibrado;
  •  Evite cadeiras de rodinhas ou plásticas;
  •  Caso necessário usar uma órtese (bengalas, andadores ou muletas), aprenda o uso correto dos mesmos e ajuste estes equipamentos solicitando orientação de um profissional capacitado.

Se a queda ocorreu e está sentindo dores fortes, não espere: procure assistência médica. Assim como, procure o seu médico ou equipe de saúde, caso tenha ocorrido queda “sem consequências”, pois sempre existem medidas preventivas para evitar a recorrência das quedas.

Idoso dificilmente tem febre! Agitação ou hipersonolência ou mudança de comportamento pode ser infecção!

Em função das alterações do envelhecimento, menor velocidade de resposta e alterações imunológicas a ausência de febre não se mostra como parâmetro adequado para o diagnóstico de síndrome infecciosa ou gravidade do curso de doença aguda.

A sonolência excessiva ou desorientação com agitação e agressividade (sintomas comportamentais) podem ser sinais de alerta para processos infecciosos, desidratação ou alterações eletrolíticas, mesmo em pacientes cognitivamente saudáveis. Todavia, alterações comportamentais em vigência de infecção, mesmo em paciente cognitivamente assintomáticos pode servir de sinal de alerta para um processo de degenerativo da memória subjacente. 

Idoso e direção veicular: recomendações

idoso e direção veicular: recomendações & quando é a hora de aposentar o volante?

Não existe uma idade específica para parar de dirigir, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, que não determina idades para deixar de dirigir ou requerer a renovação da habilitação.

Não obstante ao simbolismo que o carro e o ato de dirigir representa na sociedade, como identificar o momento adequado para se aposentar do volante?

Segundo diversas pesquisas, toda condição que altere a percepção, o julgamento, a vigilância e a capacidade de realizar ações, pode tornar a direção de veículos insegura para o idoso e para terceiros.

Quais capacidades devem estar intocadas para possibilitar o idoso seguir dirigindo com segurança?

O motorista, idoso ou não, deve estar pleno de suas capacidades cognitivas e ser capaz de realizar uma série de movimentos musculares complexos e com grande precisão, sob quaisquer que sejam as condições do clima e das ruas ou estradas. Logo incapcidades cognitivas e ou limitações funcionais motoras não adequadamente adaptadas devem subcidiar a decisão de imedir a condução de veículos automotivos.

Como vazer esta condução e orientação para o idoso parar de dirigir?

A educação, conscientização do paciente e família são ferramentas importantes para ajudar o idoso a tomar consciência das mudanças em suas habilidades. Conscientizar o idoso sobre as limitações físicas, sensoriais e ou cognitivas que afetem na condução de veívulos pode auxiliar neste processo.

Caso o idoso não queira parar, mas precise, a família deve agir de  forma contumaz  e o médico deve auxiliar a família neste processo, pois além de conhecer as condições de sua saúde do paciente em questão, ainda possui uma relação que permite questionamentos sinceros acerca dos padrões atuais de dirigir. Muitas vezes o conjuge minimiza os riscos da continuidade da direção, para ambos não perderem a independência, já que se um deles for privado da direção passarão a depender de outras pessoas.

Há formas de fazer o idoso se conscientizar, desde apontar os riscos no trânsito e conversar sobre o processo de envelhecimento e o impacto na direção veicular podem tornar a transição mais leve e menos traumática, o que minimiza o risco de depressão pela perda da função. Assim como há uma corrente de profissionais médicos que militam como obrigatório a comunicação formal ao órgão competente caso o paciente esteja inapto à direção.