A Síndrome de Wernicke-Korsakoff é uma das mais graves consequências do alcoolismo crônico. Refere-se a uma constelação de sinais e sintomas neuropsiquiátricos que resultam de uma deficiência nutricional em tiamina (vitamina B1).
O consumo abusivo de álcool é o principal fator responsável pela deficiência de tiamina. A doença na fase aguda é caracterizada pela tríade clássica composta por confusão mental, ataxia e oftalmoplegia. Em sua fase crônica, esta condição neuropsiquiátrica pode causar sérios problemas cognitivos, com grave comprometimento de memória.
A deficiência de tiamina associada à Encefalopatia de Wernicke, inicialmente, é caracterizada por lesões nos núcleos periventriculares, núcleos hipotalâmicos e tálamo. Essa fase é caracterizada pela tríade clínica clássica de estado confusional agudo (perturbação aguda e flutuante da atenção e do correto processamento dos estímulos originados do meio externo), oftalmoparesia (paresia de um ou mais músculos extra-oculares), e ataxia (perda da coordenação motora). O nistagmo (movimentos oculares involuntários e oscilatórios) também é característico desta fase.
Enquanto em quadro crônico ocorre a Síndrome de Korsakoff, que apresenta danos cerebrais em nodos e conexões dos circuitos fronto-cerebelar e límbico -marcada por uma amnésia anterógrada (incapacidade de formar novas memórias) e confabulação (produtos falsos da memória). Apesar da síndrome encontrar-se mais associada ao alcoolismo crônico, pode surgir em outros contextos e deve ser considerado o diagnóstico diferencial por neurologista.