De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Reabilitação Psicossocial é “(…) o conjunto de atividades capazes de maximizar oportunidades de recuperação de indivíduos e minimizar os efeitos desabilitadores da cronificação das doenças através do desenvolvimento de insumos individuais, familiares e comunitários”. A partir disso identificamos alguns pontos e condutas essenciais desse processo:
1- Ela surge com o propósito de pensar em um tratamento alternativo para pacientes com transtornos mentais. A partir disso, entende o doente mental não como um ser incapaz, limitado e que deve ser isolado, mas que é preciso criar condições para que esse sujeito possa exercer seus direitos, mesmo com suas limitações.
2- A sociedade tem papel muito importante nesse processo. É fundamental que esse sujeito esteja inserido em uma rede de apoio, uma vez que a inserção social do indivíduo promove o bem-estar e cria o sentimento de pertencimento.
3- A garantia da cidadania do doente mental consiste no seu direito de receber assistência adequada e também de participar socialmente. Isso implica na ideia de que eles não devem ser “trancados” em hospícios ou instituições que os privem da liberdade.
4- A reabilitação psicossocial busca entender o sujeito em sua integralidade, visando resgatar sua singularidade, explorar as suas subjetividades e respeitar seu sofrimento psíquico, para assim, promover qualidade de vida.
5- O trabalho com a família do paciente é um importante recurso que deve fornecer suporte emocional e cuidado, constituindo uma base de confiança. Para isso, é importante que ela seja orientada para lidar da melhor forma possível com o paciente, uma vez que, caso contrário, pode contribuir para a cronificação da doença.
6- Os profissionais da área de saúde, médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros constituem uma equipe multidisciplinar que é essencial para a reabilitação do sujeito. Além de orientá-lo, eles também podem acolher e ajudar as famílias dos pacientes no processo.
7- Atividades ligadas à arte também podem contribuir nesse processo, como pintura, desenho, música, artesanato. Vale lembrar, porém, que esta é apenas mais uma estratégia. O principal é garantir que o sujeito exerça sua cidadania.
8- Incentivar a autonomia do paciente. É importante enxergá-lo não como um sujeito dependente e inválido, mas como uma pessoa capaz de fazer escolhas e buscar ferramentas que possibilitem isso cada vez mais.
9- Medicação e psicoterapia: os remédios são uma forma de tratamento, mas muito importante estar aliado à terapia, a qual pode promover apoio emocional na superação de dificuldades e fortalecimento de recursos internos.
10- O processo de reabilitação psicossocial abrange as esferas sociais, políticas, institucionais e psicológicas. A partir disso, faz-se necessário que todas essas áreas atuem em conjunto, contribuindo com seus saberes e priorizando sempre a qualidade de vida do sujeito.
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