Amor patológico: seria um novo transtorno psiquiátrico?

O amor, conceituado como sentimento que impulsiona o indivíduo para o belo, digno ou grandioso ou por sentimento de grande afeição de uma pessoa a outra entre outras inúmeras definições. Platão (427 a.C.-347 a.C.) assim como Kant (1724-1804) mostram o amor como um sentimento altruísta, com preocupação verdadeira e desinteressada pelo bem estar do outro. Apesar da referência positiva no amor altruísta, pesquisadores da Saúde Mental trazem atenção para a falta de controle nesse amor, denominando-o como amor patológico. Ainda existe muita controvérsia sobre as informações associadas com o amor patológico, mas já se sabe que é um quadro relacionado com sintomas depressivos e ou ansiosos. Pode ocorrer em pessoas com baixa auto-estima ou com sentimentos de rejeição e abandono. Estudos atuais indicam que boa parte de dependentes por álcool ou drogas possuem parceiros com amor patológico.

Características do Amor Patológico

O componente central na avaliação do amor patológico é a caracterização do comportamento – repetitivo e sem controle – de prestar cuidados e atenção ao objeto de amor ao parceiro com a intenção, nem sempre revelada, de receber o seu afeto e evitar sentimentos pessoais de menos valia. Para a avaliação diagnóstica do amor patológico é importante, também, constatarmos que essa atitude excessiva é mantida pelo indivíduo, mesmo após concretas evidências de que está sendo prejudicial para a sua vida ou para a vida de familiares.

O “love addiction”, como vem sendo denominado por alguns estudos, deve ser diferenciado do amor saudável, no qual o comportamento de cuidar do parceiro ocorre com controle e duração limitada, e o desenvolvimento e a realização
pessoal são preservados. Em geral, em uma relação construtiva, as atividades ou interesses anteriores ao relacionamento
(profissão, atenção aos filhos, cuidados pessoais, etc.) são mantidos trocados ou aprimorados, mas sempre em função
da própria realização.

Tratamento

Os pacientes com amor patológico costumam vivenciar relações conflituosas desde cedo e a presença do parceiro oferece uma ilusória defesa contra o sofrimento mental. Assim, os mesmos costumam procurar tratamento apenas quando o relacionamento acaba, momento em que não estão conseguindo aceitar ou aguentar a forte angústia, referida como sensação de desespero gerada pelo rompimento. Nesse caso, psicoterapia, grupos de ajuda, assim como tratamentos medicamentosos ou estimulações cerebrais, como a magnética transcraniana ou neurofeedback são indicados em uma tentativa de reduzir sintomas depressivos e ansiosos associados com o caso.

Para saber mais, consulte o artigo base desse resumo sobre amor patológico: https://www.scielo.br/pdf/rbp/nahead/ahead1c.pdf

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