VTM Neurodiagnóstico – Diagnóstico e Tratamento em Neurologia e Saúde Mental
A estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) é um tratamento inovador o qual apresenta evidências científicas positivas para tratamentos em saúde mental. Sobretudo pela grande segurança e poucos efeitos adversos para tratamento de depressão maior, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, dor crônica e cada vez mais utilizada e acessível nos sistemas de saúde em todo o mundo. Uma dos grandes desafios da EMTr é justamente a logística: o tratamento deve ser feito, em média, de 2 até 5 vezes por semana durante cerca de 2 ou 3 meses por um médico em um consultório. Objetivando facilitar e tornar cada vez mais acessível a EMTr, cada vez mais um novo método, chamado de EMTr intermitente por theta burst (iTBS) tem sido utilziado. O iTBS pode ser realizado em apenas 3 minutos por sessão com efeito equivalente ou superior em resultados ao protocolo convencional. A diferença central, está no fato de que Theta Bursts são breves rajadas de estímulo em altas frequências – 5 vezes por segundo. Esse tipo de estimulação é uma forma revolucionária de estimulação cerebral que imita o mais aproximadamente os ritmos naturais de atividade nos neurônios do cérebro, principalmente os localizados na regiao temporal responsavel pela consolidação da memória.
A EMTr tem se mostrado um importante tratamento para saúde mental, com destaque para depressão – com diversos métodos de aplicação e o iTBS reduz o custo potencial dos tratamentos para pacientes com problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, TOC, quando comparado com a utilização de medicamentos – que por vezes oferecem efeitos colaterais, como aumento de massa corporal, e em outras não tem o impacto que deveriam ter no tratamento para o transtorno. O custo financeiro potencial do tratamento com iTBS é menor, quando comparado com tratamentos convencionais, pois potencialmente aumenta a capacidade do tratamento com EMT e, portanto, permite a redução de farmacológicos. Embora o equipamento iTBS seja mais caro e, em curto prazo a sequência de sessões tenha um custo elevado, quando comparado ao uso mensal de medicamento ou ao tratamento convencional com rTMS de 10Hz, o impacto de uma duração é maior e têm o potencial de resultar em economia de custos por paciente e por remissão. Essas economias de custo são várias vezes em magnitude e podem ser suficientes para posicionar a EMTr, seja de maneira intermitente com Theta Burst ou contínua como uma intervenção economicamente viável para obter reduções significativas no prevalência e carga de doenças da saúde mental na população em geral ao longo do tempo.
Considerando o fato de que transtorno depressivo maior (TDM) é uma doença mental debilitante, responsável por cerca de 5% das doenças globais torna se fundamental novas tecnicas efetivas para aliviar o sofrimento dos pacientes. A TDM é identificada como a principal causa de incapacidade em todo o mundo, o uso da EMT em suas diversas aplicações é condição essencial para tratamento. Embora haja uma variedade de tratamentos disponíveis, incluindo medicamentos e terapias não farmacológicas, estudos têm demonstrado que muitos os pacientes não conseguem obter remissão mesmo com dosagens adequadas de medicamentos antidepressivos. No marco do estudo de farmacoterapia sequencial em Depressão Maior, a prevalência de a depressão resistente ao tratamento (TRD) é de 30%, utilizando um critério de falha na obtenção da remissão após dois regimes sucessivos de tratamento com antidepressivo. Assim como outros transtornos mentais têm elevada taxa de resistência aos tratamentos medicamentosos, a prevalência de TRD tem sido estimada em ~ 2% para a população total. Por isso, tratamentos inovadores, como a Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva intermitente Theta Burst é um importante aliado no tratamento de pessoas com depressõa crônica, assim como para outros transtornos de saúde mental.
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Fontes de consulta:
Journal of Neuroscience 26 January 2011, 31 (4) 1193-1203; DOI: https://doi.org/10.1523/JNEUROSCI.1379-10.2011