Tudo começa com algumas queixas de memória, que aumentam ao longo dos anos e vão causando cada vez mais preocupação. Não à toa. No Brasil, cerca de 20% dos indivíduos com idade acima de 65 anos sofrem com algum tipo de demência senil, sendo o Mal de Alzheimer o principal deles. Mas, como saber quando esse esquecimento já pode ser considerado uma doença?
Com o passar do tempo, é comum que os idosos comecem a apresentar episódios de esquecimento, dificuldades para evocar nomes de pessoas ou objetos e, até mesmo, repetir algumas frases. Isso é o que chamamos de perda cognitiva leve, geralmente associada ao avanço da idade. No entanto, ainda que esses pacientes sejam os que apresentem maior risco de desenvolver um quadro de demência, não é possível garantir se os seus problemas de memória vão de fato caminhar para o Mal de Alzheimer, nem em quanto tempo isso vai acontecer.
Assim, os especialistas estão cada vez mais atentos aos sinais e sintomas dos pacientes, de forma a analisar o potencial de evolução de uma simples queda de memória para um quadro grave de doença degenerativa. Nesse sentido, um diagnóstico precoce das demências não só prolonga a saúde e a autonomia dos idosos, mas também possibilita a aplicação eficaz de novas intervenções terapêuticas, como a estimulação magnética transcraniana (EMT).
Dicas para manter a memória em dia
Atividades simples podem ajudar os idosos, e até mesmo as pessoas mais jovens, a manterem a memória em dia e afastar os riscos do Mal de Alzheimer. Confira:
– Abusar de jogos como xadrez e palavras cruzadas, além de aprender novas atividades, que fogem da rotina diária, como tocar um instrumento musical, desenho, pintura, usar o computador.
– Sempre que possível, tentar lembrar de fatos do dia a dia, como o que comeu no almoço, o que leu no jornal de manhã e o que aconteceu no último capítulo da novela. Nesse caso, o estímulo da família é muito importante.
– Atividades físicas regulares também são excelentes aliadas da conservação da saúde mental, pois trazem importantes benefícios aos processos de memorização.
– Investir na alimentação também é importante para quem deseja preservar a memória. Manter uma dieta balanceada, com proteínas, gorduras e açúcar, rica em vitaminas B12, tiamina e ácido fólico, é fundamental para manter o metabolismo dos neurotransmissores envolvidos no processo de memorização.
– É comum que casos avançados de perda de memória e demência estejam acompanhados de distúrbios psicológicos como a depressão. Por isso, manter-se relaxado e emocionalmente bem é fundamental para o indivíduo manter a atenção e a memória em alta.
Conheça a técnica de estimulação magnética transcraniana
Estudos recentes mostram que a estimulação magnética tem grande eficácia no aumento da capacidade cognitiva (memória e atenção). Além disso, é uma estratégia reconhecida no tratamento da depressão, doença muito presente em pacientes que sofrem com demência. No método, determinadas partes do cérebro são estimuladas por meio da variação de um campo magnético, modificando e equilibrando atividades cerebrais. É um procedimento não invasivo, indolor e seguro, que pode ser realizado no próprio consultório médico, com poucos efeitos colaterais.
No Brasil, a técnica é liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para o tratamento de depressão e esquizofrenia desde 2012. No entanto, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos e psiquiátricos já vem sendo apontada em diversos artigos e pesquisas.
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