O estado constante de alerta e tensão aumenta as chances de desenvolver transtornos de ansiedade, como a síndrome do pânico
O crescimento da violência em grandes cidades como o Rio de Janeiro tem feito vítimas que vão além das estatísticas do crime. As constantes sensações de medo e insegurança levam as pessoas a viver em um estado permanente de alerta e tensão, que aumentam as chances de desenvolver transtornos de ansiedade graves, como a síndrome do pânico.
Em 2017, a violência no Rio de Janeiro foi comparada a situações vividas em guerras. Nesse contexto, o intenso estresse, associado à exposição frequente aos perigos da violência, se tornam gatilhos para o surgimento de transtornos como o do pânico – principalmente para quem já tem predisposição à doença.
Vítimas de eventos violentos também têm mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Nesses casos, só de se lembrarem do fato ocorrido, já sentem como se estivessem vivenciando o episódio novamente, com o mesmo medo e sensação corporal.
O medo de sentir medo
Mas como diferenciar um medo natural, baseado em atitudes preventivas, de um distúrbio de saúde mental, como o pânico?
O medo natural tem relação à preservação da espécie e surge quando vivenciamos uma situação de risco. Já no transtorno do pânico, não existe nenhuma ameaça aparente que justifique o desencadeamento das sensações de medo ou perigo.
Ou seja, elas surgem do nada, mas são tão intensas a ponto de limitar a vida do indivíduo. Durante uma crise, além de sensações físicas intensas, sente um medo inexplicável de perder o controle ou morrer. Fica, então, sempre alerta, atento aos sinais que podem identificar um episódio maior. É o medo de sentir medo.
Como o corpo reage quando sente medo
Neurotransmissores importantes participam diretamente desse processo, como a serotonina e a adrenalina. Outras regiões cerebrais ativadas são o hipotálamo e a amígdala.
No corpo, o coração bate mais forte, ocorre falta de ar, a boca fica seca e há formigamento em todos os membros.
Mas, atenção! Quem vive em um estado constante de medo pode sofrer com problemas físicos mais graves, como úlcera, taquicardia, hipertensão, dor muscular, queda da resistência e aumento de quadros infecciosos.
Ainda assim, nesses momentos de tensão, uma boa dica é focar em técnicas de respiração e relaxamento. Elas podem ajudar a recuperar o equilíbrio!