A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis. Dividimos em dois tópicos: Memória de longo e curto prazo.
Memória de longo prazo
A memória de longo prazo é a capacidade de manter uma informação durante dias, meses e anos. Envolve o sistema límbico, local do cérebro em que ocorrem os processos de retenção e consolidação de informações novas. Pressupõe-se que a consolidação temporária de conhecimentos envolve estruturas como o hipocampo, a amígdala, o córtex entorrinal e o giro para-hipocampal. Para depois serem transferidos para as áreas de associação do neocórtex temporal e parietal. As vias que chegam e que saem do hipocampo também são importantes para o estudo da anatomia da memória. Inputs (que chegam) são constituídos pela via fímbria-fórnix ou pela via perfurante. Importantes projecções de CA1 para os córtices subiculares adjacentes fazem parte dos outputs (que saem) do hipocampo. Existem também duas vias hipocampais responsáveis por interconexões do próprio sistema límbico, como o Circuito de Papez (hipocampo, fórnix, corpos mamilares, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e amígdala), e a segunda via projeta-se de áreas corticais de associação, por meio do giro do cíngulo e do córtex entorrinal para o hipocampo. Por sua vez, projeta-se através do núcleo septal e do núcleo talâmico medial para o córtex pré-frontal, onde ocorre o armazenamento de informações que reverberam no circuito ainda por algum tempo.
- Memória explícita:
Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, o septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo também parecem ter importantes funções. Embora tanto a memória episódica como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é importante destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo, pacientes idosos com disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a memória episódica do que para a memória semântica. Já lesões no lobo parietal esquerdo apresentam prejuízos na memória semântica. - Memória implícita:
A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da base. Os núcleos caudado e putâmen recebem projecções corticais e enviam-nas para o globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal, constituindo uma conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das respostas da musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o condicionamento das respostas emocionais depende da amígdala. Já foram descritas alterações no fluxo sanguíneo, aumentando o do cerebelo e reduzindo o do estriado no início do processo de aquisição de uma habilidade. Já ao longo desse processo, o fluxo do estriado é que foi aumentado. O neo-estriado e o cerebelo estão envolvidos na aquisição e no planeamento das acções, constituindo, então, através de conexões entre o cerebelo e o tálamo e entre o cerebelo e os lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o explícito.
Memória de curto prazo
A memória de trabalho, também chamada de curto prazo ou declarada, é aquela que atua no momento em que a informação está sendo adquirida. Permite o armazenamento temporário de informações, como nomes, acontecimento e fatos recentes.Compreende um sistema de controle de atenção (executiva central), auxiliado por dois sistemas de suporte (Alça Fonológica e Bloco de Notas Visuoespacial) que realizam um armazenamento temporário e manipulação de informações. O sistema executivo central tem função de selecionar estratégias e planos. Sua atividade está relacionada ao lobo frontal, que supervisiona as informações. O cerebelo também está envolvido no processamento da memória operacional, atuando na catalogação e manutenção das sequências de eventos. O sistema de suporte vísuo-espacial tem um componente visual, relacionado à região occipital e um componente espacial, relacionado a regiões do lobo parietal. Já no sistema fonológico, a articulação subvocal auxilia na manutenção da informação; lesões nos giros supramarginal e angular do hemisfério esquerdo geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração. Esse sistema está relacionado à aquisição de linguagem. Neuropsicólogos indicam que essa memória pode ser dividia em episódica e semântica. A episódica é a associação com acontecimentos particulares. Enquanto a semântica associa-se com lembranças de aspectos gerais.
Fatores relacionados com a perda de memória
Amnésia
Amnésia é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações. Qualquer processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode resultar em amnésia.
As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica causada por distúrbios no funcionamento das células nervosas, através de alterações químicas, traumatismos ou transformações degenerativas que interferem nos processos associativos acarretando uma diminuição na capacidade de registrar e reter informações, ou amnésia psicogênica resultante de fatores psicológicos que inibem a recordação de certos fatos ou experiências vividas. Em linhas gerais, a amnésia psicogênica atua para reprimir da consciência experiências que causam sofrimento, deixando a memória para informações neutras intacta. Neste caso, pode-se afirmar que a pessoa decide inconscientemente esquecer o que a fazer sofrer ou reviver um sofrimento. Em casos severos, quando as lembranças são intoleráveis, o indivíduo pode vivenciar a perda da memória tanto de fatos passados quanto da sua própria identidade.
As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .
A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado pelas circunstâncias da vida.
Doença de Alzheimer
Uma porção significativa da população acima dos 50 anos sofre de alguma forma de demência. A mais comum é a doença de Alzheimer, na qual predomina a perda gradativa da memória, pois ocorrem lesões inicialmente nas áreas cerebrais responsáveis pela memória declarativa, seguidas de outras partes do cérebro.
Outros fatores
A doença de Parkinson, nos estágios mais severos, o alcoolismo grave, uso abusivo da cocaína ou de outras drogas, lesões vasculares do cérebro (derrames), o traumatismo craniano repetido e outras doenças mais raras também causam quadros de perda de memória.
Exames e Diagnóstico
Com análise clínica neurológica e diversos exames, como o mapeamento cerebral, é possível detectar problemas neurofisiológicos associados com a memória.
Tratamentos para problemas de memória
Na demência, por exemplo, os pacientes mostram progressivo comprometimento da compreensão e do reconhecimento de objetos ou pessoas, com grande dificuldade para nomeá-los. Por isso, a fonoaudiologia em associação com estimulação transcraniana por corrente contínua, e conectada com terapia ocupacional são indicadas. A abordagem terapêutica medicamentosa baseia-se essencialmente na estratégia de reposição de neurotransmissores. Na tentativa de reduzir a velocidade das alterações comportamentais e cognitivas do paciente, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) mostra desempenho destacado, sobretudo na tentativa de preservação da memória. Em casos de pacientes no período pré-senil com alterações cognitivo-comportamentais associadas com transtornos depressivos recentes a EMT é condição prioritária para redução da velocidade de degeneração do Sistema Nervoso Central.
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