ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA – TRATAMENTO

O que é estimulação magnética transcraniana?

A estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) é uma técnica de neuroestimulação que usa um campo magnético para induzir uma corrente elétrica forte e focal que é aplicada em regiões específicas do cérebro (por exemplo, o córtex pré-frontal esquerdo, sobre o pré-frontal dorsolateral esquerdo ou direito) ou bilateralmente sobre ambos os córtices) com uma bobina em forma de oito ou circular ou uma bobina de indução em forma de capacete. A estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) fornece o pulso elétrico em rajadas curtas em um intervalo predefinido, com alta frequência estimulação (5 a 20 Hz) ou estimulação de baixa frequência (1 a 5 Hz).  O tratamento é realizado em regime ambulatorial, em consultório, sem a necessidade de anestesia, de forma não invasiva e indolor.

Para que serve Estimulação Magnética Transcraniana?

A EMT tem um grande potencial, tanto como uma ferramenta diagnóstica como terapêutica. Para fins diagnósticos, é usada para medir a conexão entre o cérebro e o músculo efetor. Possibilita também mapear o cérebro e quantificar a excitabilidade cortical. Para isso utiliza geralmente a EMT de pulso único ou com pares de pulsos capazes de disponibilizar importantes informações para avaliar danos e comprometimento funcional cerebral.

Já a Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva, ou seja, refere-se à aplicação de estímulos magnéticos a intervalos regulares. Ela é capaz de aumentar ou diminuir a atividade cerebral, na dependência da área aplicada, da intensidade utilizada e da frequência se alta ou baixa aplicada, e pode ser empregada no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos.

A Estimulação Magnética é um método seguro?

Segundo o Food and Drugs Administration (FDA – 1994), a EMT pulso único apresenta um insignificante risco aos pacientes submetidos à técnica, entretanto a EMT repetitiva só foi aprovada em 2007, desde que utilizados os preceitos e padrões de segurança definidos no Consenso realizado em Bethesda em 1996, onde foram discutidos e sugeridos protocolos de segurança para o procedimento. No Brasil, desde março de 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso da Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva, saindo esse procedimento da prática experimental para uso clínico ambulatorial. Além disso, o Conselho Federal de Medicina autorizou, no primeiro semestre de 2012, o uso clínico da EMT para tratamento de depressão e de alucinações auditivas (CFM).

Quantas sessões são necessárias para o tratamento?

Diferentes regimes e protocolos para EMTr foram estudados, mas normalmente um curso de tratamento terapêutico requer 20 a 30 sessões (geralmente cinco dias por semana) durante um período de quatro a seis semanas. Além disso, mesmo após a remissão dos sintomas, pode-se sugerir o tratamento neuromodulatório de manutenção com objetivo de diminuir a chance de recidiva do quadro clínico.

Estimulação Magnética Transcraniana versus medicamentos/psicofármacos.

A medicação embora atue em receptores específicos, esses não são inibidos ou estimulados em uma região específica do cérebro. Muitas vezes esses receptores estão localizados em estruturas não cerebrais, como por exemplo no coração, vasos sanguíneos, pulmão etc. Portanto, essa atuação um pouco mais difusa das medicações, justificam os efeitos colaterais, na maioria dos casos. Diferente disso, a EMTr atua de forma focal, não dolorosa e por conta disso, justifica o baixo índice de efeitos colaterais. A medicação tem o benefício de ter uma portabilidade, já a EMTr o paciente necessita realiza-la em consultório sob supervisão de um médico.

A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva é uma técnica liberada pelo Conselho Federal de Medicina?

A técnica pode ser útil no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos como Parkinson, Alzheimer, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Dor crônica, Enxaqueca, Distonia, Zumbido, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno de ansiedade generalizada, Compulsão Alimentar, Dependência química, e desde 2012, o Conselho Federal de Medicina recomenda a EMTr para tratamento de depressão uni e bipolar, alucinações (esquizofrenia) refratários às medições psicotrópicas. Além disso, reconhece que é uma técnica segura e com baixos índices de efeitos colaterais.