O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios do neurodesenvolvimento mais prevalentes na população pediátrica. Atualmente, o manejo clínico do TDAH é limitado pela falta de biomarcadores diagnósticos confiáveis e terapia inadequada para uma minoria de pacientes que não respondem à farmacoterapia padrão. Há otimismo de que a estimulação cerebral não invasiva possa ajudar a resolver essas limitações. A estimulação magnética transcraniana (TMS) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) são dois métodos de estimulação cerebral não invasiva que modulam a excitabilidade cortical e a atividade da rede cerebral. O TMS pode ser usado em diagnóstico para sondar a neurofisiologia cortical, enquanto o uso diário de TMS ou tDCS repetitivo pode induzir mudanças duradouras e potencialmente terapêuticas nas redes direcionadas.
Embora a evidência atual seja reconhecidamente limitada, por conta de dificuldade em realizar pesquisa em crianças, há motivos para ser otimista. No que diz respeito à terapia, acredita-se que o cérebro em desenvolvimento seja mais plástico que seu equivalente adulto e, portanto, provavelmente será mais facilmente influenciado pela neuromodulação. Apoiando esse conceito, um dos preditores de melhor resposta à terapia com EMTr na depressão de adultos é a idade mais jovem, , e os resultados iniciais da neuromodulação terapêutica na população pediátrica são encorajadores. No entanto, o aumento da plasticidade no cérebro pediátrico também pode corresponder ao aumento da vulnerabilidade a alterações não intencionais induzidas pela neuromodulação. Por isso, ainda existe uma resistencia na indicacao das tecnicas neuromodulatorias para TDAH em crianças.
Rubio et al. J Child Neurol. 2016 May; 31(6): 784–796.