Segura e indolor, a estimulação magnética transcraniana é indicada para pacientes que não respondem mais às terapias convencionais ou que apresentam complicações graves ao uso de medicamentos
Liberada pela Anvisa desde 2006 e recomendada pelo Conselho Federal de Medicina para tratamento da depressão e da esquizofrenia desde 2012, a estimulação magnética transcraniana (EMT) é indicada para pacientes que não respondem mais às terapias convencionais, ou que apresentam complicações graves ao uso de medicamentos.
Não invasiva e indolor, a EMT pode ser realizada no próprio consultório, sem necessidade de internação ou anestesia. É, ainda, um procedimento seguro e eficiente, o que é fundamental na busca por novas alternativas médicas.
Não à toa, sua utilidade terapêutica para outros distúrbios neurológicos e psiquiátricos também vem sendo comprovada em estudos e pesquisas, com resultados bastante positivos.
Estimulação magnética transcraniana no tratamento da depressão
A depressão é uma doença multifatorial. Ou seja, é resultado de complexas interações entre fatores genéticos e ambientais, que podem ocasionar alterações na conectividade cerebral de determinadas áreas, além de provocar desequilíbrios na produção de neurotransmissores importantes, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.
Ao ativar essas regiões por meio da variação de um campo magnético, a EMT modifica e equilibra a atividade cerebral, desenvolvendo a plasticidade neuronal – ou seja, a capacidade do cérebro em desenvolver novas conexões entre os neurônios – e promovendo um aumento na produção dos neurotransmissores.
Como consequência, há uma melhora importante nos sintomas da doença, assim como na qualidade de vida e independência dos pacientes.
Indicações e contraindicações da EMT
– É um método indolor e não invasivo, que pode ser realizado no próprio consultório médico, sem necessidade de anestesia ou internação.
– É reservada para casos em que a medicação não surte efeito ou que o uso dos medicamentos provoca grande efeito colateral.
– Quase ausência de efeitos colaterais. Extremamente segura, não traz danos ou toxicidade aos órgãos, como medicamentos podem causar.
– Pessoas com dispositivos eletrônicos ou metálicos na cabeça, principalmente implante coclear, não devem fazer as sessões. O campo magnético pode de alguma forma interferir no funcionamento do aparelho.
EMT x Eletroconvulsoterapia
– Enquanto a estimulação magnética é um método indolor, a eletroconvulsoterapia – ou terapia de choque – é um procedimento doloroso, que requer anestesia de curta duração.
– A EMT produz um campo magnético mais focal, dando um controle maior sobre a área estimulada. Já a terapia de choque produz um estímulo amplo, que age de forma geral no cérebro, podendo afetar outras regiões além da pretendida.
– A estimulação magnética melhora a memória, a atenção e a concentração, enquanto a eletroconvulsoterapia pode causar sérios danos cognitivos.