Afinal, ter uma mania é o primeiro sinal para identificar o TOC?
Sim, é comum termos nossas manias. Mas quando elas deixam de ser um simples hábito ou superstição e passam a interferir na rotina, ocupando boa parte do tempo e gastando mais energia do que deveriam, é preciso tomar cuidado! Esses podem ser os primeiros sinais de um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
No Brasil, cerca de 4,6 milhões de pessoas sofrem com a doença. Irracionais e intrusivos, os pensamentos obsessivos e os rituais compulsivos trazem grande angústia e ansiedade para o dia a dia, além de afetarem diretamente a produtividade, o desempenho profissional e as relações sociais dos indivíduos.
O TOC e a depressão
Pessoas com TOC geralmente se sentem diferentes e, por isso, tentam esconder suas obsessões e rituais compulsivos. Como elas mesmas reconhecem que seus pensamentos e ações são desproporcionais e irracionais, muitas vezes tentam disfarçá-los, evitando conversar e buscar apoio para resolvê-los.
Além do grande esgotamento mental, esse isolamento pode provocar tristeza, frustração e apatia, sentimentos muito próximos à depressão. Na literatura médica, inclusive, autores demonstram em estudos de neuroimagem funcional que determinadas regiões cerebrais afetadas em indivíduos com TOC são as mesmas acometidas em pacientes com depressão.
É importante ressaltar, então, que tanto o TOC pode ser um fator de risco para desencadear a depressão, como um indivíduo pode deflagrar simultaneamente as duas doenças.
Dicas para ajudar um amigo ou familiar com TOC
Nesse momento, é fundamental que um amigo ou familiar se aproxime e inicie com delicadeza e empatia uma conversa. Dizer que entende o quanto a situação é difícil, que outros também passam pelos mesmos problemas e que existem tratamentos eficazes disponíveis pode ser um primeiro passo importante.
Confira abaixo outras dicas para auxiliar os pacientes com TOC a buscarem ajuda. E, lembre-se, com o tratamento correto, os sintomas da doença podem ser reduzidos e a qualidade de vida melhorada significativamente!
– Encorajá-lo ao máximo a enfrentar situações que ajudem a deixar de lado os seus rituais compulsivos. Frisar que, mesmo sendo difícil no início, a aflição e o medo vão desaparecer naturalmente.
– Responder às suas perguntas somente uma única vez. Caso elas se repitam, reforce que é o TOC e a necessidade de ter certezas que o estão levando a fazê-las novamente, não a dúvida.
– Sempre lembrar as combinações feitas com o terapeuta: “verifique as coisas apenas uma vez”, “vou fechar o registro do chuveiro, pois combinamos um banho de 15 minutos”, “vamos sair no horário marcado, pois não vou esperá-lo mais do que isso”. Seja firme, mas não autoritário.
– Participe de grupos de autoajuda. Familiares de outros pacientes podem dar dicas valiosas de como lidar com os sintomas e as diferentes situações proporcionadas pelo TOC.