A toxina botulínica (Botox) é uma medicação muito usada no tratamento de doenças neurológicas. Embora seu uso seja amplamente reconhecido na dermatologia para rejuvenescimento, é na neurologia que esta medicação tem um papel fundamental no tratamento de doenças e é indispensável para reabilitação.
Segundo Rochester University, a aplicação de toxina botulínica é utilizada no tratamento das doenças neurológicas, desde o início dos anos 70. Nessa época a toxina botulínica já se mostrava benéfica e efetiva em promover o relaxamento de músculos que se contraem de modo excessivo ou involuntário.
O que é a Toxina Botulínica?
A Toxina Botulínica é uma neurotoxina produzida por uma bactéria chamada Clostridium botulinum. Existem 7 sorotipos da bactéria, que podem ser classificados de A a G. Artigos da década de 1940 já avaliavam a ação das neurotoxinas produzidas por Clostridium, inclusive seu uso chegou a ser cogitado como possível arma de guerra.
Na década de 1980-1990 a neurotoxina tipo A foi testada como medicação, mostrando um grande benefício em doenças. Na mesma década, a toxina botulínica passou a ser desenvolvida industrialmente. Para tanto, a neurotoxina produzida por Clostridium é purificada em pequenas doses para evitar danos graves como a paralisação total dos músculos.
Atualmente, apenas os sorotipos A e B são usados para fins terapêuticos. O tipo A é o mais comum e vendido comercialmente com o nome de Botox, Dysport e Xeomin.
Como a Toxina Botulínica Funciona em Doença Neurológicas?
Basicamente, a toxina botulínica funciona bloqueando a transmissão de impulsos nervosos para o músculo.
Após esse período o efeito da toxina botulínica diminui muito, sendo necessário reaplicar a medicação.
Ela é aplicada em lugares específicos do corpo onde há contração muscular involuntária ou excessivamente anormal.
A administração é intramuscular, por meio de injeções.
A quantidade de aplicações, assim como os músculos escolhidos e as doses utilizadas são definidas de acordo com o tipo e gravidade da doença.
Após a aplicação, a Toxina Botulínica faz uma rápida e irreversível ligação com as terminações nervosas atuando na junção neuromuscular, inibindo a liberação de neurotransmissores de acetilcolina.
Pesquisas da Universidade do Texas demonstram que o bloqueio da toxina botulínica não é permanente. Cada marca existente no mercado (Botox, Dysport, Xeomin, entre outras) tem sua peculiaridade, mas em linhas gerais os efeitos da toxina têm duração aproximada de 12 semanas. É importante saber que o efeito da toxina é melhor quanto mais precisa for sua a administração. É necessário aplicar a toxina em cada músculo acometido. Algumas vezes, um mesmo músculo precisa receber a medicação em mais de um ponto. Não existe um número fixo de “agulhadas”. O número de injeções e a dose por músculo varia para cada paciente e é determinado durante a consulta clínica.
Quais Doenças Neurológicas são tratadas com Toxina Botulínica (Botox)?
Segundo pesquisa publicada na Neurology International, o uso da toxina botulínica na neurologia pode ser destinado a:
Relaxamento muscular
Controle da rigidez
Controle da espasticidade
Diminuição de tremores e movimentos anormais
Controle de secreções.
Pode ser utilizada em doenças como:
Distonias (em todas as suas formas de apresentação): distonia generalizada, distonia cervical, distonia dos músicos, cãibra do escrivão, blefaroespasmo, etc;
Espasmo Hemifacial;
Espasticidade causada por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC);
Sequelas de lesões cerebrais;
Paralisia Cerebral;
Sequelas de lesões medulares;
Enxaqueca;
Doença de Parkinson;
Dores neuropáticas e dores crônicas;
Tiques;
Salivação excessiva (sialorréia);
Hiperidrose;
Distúrbios esfincterianos.
Quando a Toxina Botulínica Pode ser Usada nas Doenças Neurológicas?
A toxina botulínica pode ser usada em movimentos involuntários e condições de contração muscular excessiva, além de síndromes dolorosas (enxaqueca) em pacientes que não apresentem contra-indicações.
A aplicação da toxina requer um diagnóstico médico e a técnica adequada. Para tanto o procedimento é realizado por dermatologistas, cirurgiões plásticos, oftalmologistas, uroginecologistas ou neurologistas, dependendo da região ou área a ser tratada.
Segundo a FDA nos Estados Unidos, a toxina botulínica está contraindicada e as aplicações não devem ser feitas em:
- Pessoas que possuam doenças musculares como miastenia gravis e miopatias;
- História anterior de alergia ou reação adversa a toxina botulínica;
- Pacientes que façam uso de medicações, como os anticolinérgicos;
- Pessoas que usem remédios que interfiram na transmissão neuromuscular;
- Mulheres grávidas ou amamentando.
Os efeitos colaterais devido à aplicação da Toxina Botulínica são brandos e podem ser: dor (causada pela aplicação), edemas, equimose no local da aplicação, fraqueza transitória na musculatura que recebeu a medicação. Preço da Aplicação de Toxina Botulínica (botox) para Tratamento de Doenças Neurológicas
O preço da aplicação de toxina botulínica para tratamento de doenças neurológicas varia de acordo com a quantidade de toxina utilizada, tipo de doença e complexidade do caso.
Muitos pacientes costumam se perguntar quanto custa a aplicação de botox. A aplicação de botox em dermatologia é muito mais acessível porque a quantidade de medicação aplicada sobre o rosto é muito pequena. Na aplicação para doenças neurológicas é comum utilizarmos quase 10 a 20 vezes mais toxina do que para tratamento de rugas, o que obviamente impacta no preço.
É importante que você saiba, que os planos de saúde e o SUS são obrigados a fornecer a toxina e sua aplicação para doenças como:
- Sequelas de AVC;
- Outras causas de espasticidade;
- Paralisia Cerebral Infantil;
- Distonias;
- Outras doenças.
Para isso você precisará de um laudo médico contendo o CID e a quantidade e músculos que serão aplicados. Você pode contactar seu plano para saber sobre o procedimento de reembolso médico, e assim escolher o profissional que realizará sua aplicação.